A DOENÇA DA MODERNIDADE. PROFISSÃO: MOTORISTAPublicado em 14/05/2019 A ergonomia, de acordo com Dr. Francisco Miguel, esta associada em todos os setores de nossa sociedade, sendo assim, podemos concluir que todos os setores profissionais têm a necessidade de um novo olhar para a sua função ocupacional, tão repetida e estressante nos aspectos psicofísicos. A resposta do corpo para a fadiga é a irritabilidade e redução do controle motor, causando acidentes de trânsito, violência e dores na coluna vertebral, principalmente, nas regiões lombar e cervical. Neste quadro cada vez mais competitivo e desgastante, ocorre o aumento de absentismo e filas no INSS. A classe profissional de motoristas de veículos de diversas categorias tem sofrido cada vez mais com doenças causadas com a hipomobilidade ao volante. Analisando a origem da ergonomia, podemos citar alguns autores que desenvolveram estudos importantes na postura e na ergonomia que contribuem para compreendermos melhor os desarranjos e desgastes do nosso corpo, vejamos. “Postura é o arranjo relativo nas partes do corpo. A boa postura promove o equilíbrio entre as estruturas de suporte do organismo, possibilitando o sistema músculo-esquelético desempenhar suas funções com maior eficiência. Por exclusão, a má postura é aquela em que o relacionamento entre as várias partes do corpo induz a uma agressão às estruturas de suporte, promovendo fadiga e aumento do processo degenerativo”. Segundo (Pereira, 2001). De acordo com Knoplich (1986), a exposição a agressões de diferentes origens e características, sofridas diariamente, se constituem em fatores de agressões ao corpo, mostrando com isso, a preocupação ergonômica. A capacidade do homem em dominar a máquina, tornou-se uma importante forma de penetração no mercado de trabalho, uma vez que ele começou a atuar como condutor de cargas, encomendas ou transportando passageiros. Essas 16 evidências mostram a importância do motorista tanto no setor social quanto no econômico (KNOPLICH ,1986). Para o Dr. Francisco Miguel, a ergonomia tem um papel importante para reduzir as agressões sofridas pelo corpo ao volante, pois os veículos têm que se adaptar a evolução do século 21 e melhorar a qualidade de vida para os profissionais do volante. Podemos analisar que “A ergonomia surgiu através da necessidade de responder às insatisfações e tinha em comum a questão metodológica de abordagem, porém o diagnóstico e a utilização dos conhecimentos não eram levantados. Todavia, a vantagem ainda dominante era em relação aos conselhos preciosos e aos fatos que correspondiam às demandas de determinada empresa, sem atrapalhar o trabalho industrial por se realizar em um curto período de tempo. A análise ergonômica do trabalho originou-se dos ergonomistas franceses. E o objetivo não era mais fazer com que a tarefa fosse descrita pela direção da empresa e sim analisar as atividades de trabalho envolvendo a análise da demanda, a proposta de contrato, a análise do ambiente, da situação de trabalho, da restituição dos resultados, das recomendações ergonômicas com as intervenções e a eficiência das mesmas (WISNER, 1993)”. Dirigir é uma ação executada naturalmente pelos carreteiros profissionais que por cruzarem o Brasil de ponta a ponta permanecem mais tempo na estrada do que em suas casas. Porém, mesmo com toda experiência de volante, existem aqueles que dão pouca atenção à maneira correta de sentar, de conduzir o veículo e, consequentemente, não percebem o quanto esta atitude pode comprometer a saúde. Uma das vantagens em adotar a posição correta ao enfrentar uma rodovia é evitar o desgaste físico e situações de perigo e também aumentar a segurança no trânsito, informa o Conselho Nacional de Trânsito – Contran, através de sua apostila de Direção Defensiva e de Primeiros Socorros publicada para orientar condutores de veículos automotores. Como medida de segurança é importante, segundo o Contran, segurar o volante com as duas mãos, na posição dos ponteiros do relógio marcando 9 horas e 15 minutos, para que seja possível enxergar o painel e acessar os comandos do veículo. O cinto de segurança deve se ajustar firmemente e passar sobre o peito, nunca sobre o pescoço. O motorista deve se posicionar de modo que veja bem as informações do painel, através do qual pode verificar sempre o funcionamento de itens importantes. Estas medidas simples também contribuem para um trânsito com menos acidentes. Dicas de uma posição adequada enquanto o motorista estiver no volante:
Em razão do mau posicionamento ao volante, muitas pessoas sofrem de dores musculares. Em especial, o pescoço e as costas são os mais afetados. Contudo, simples ações preventivas são a melhor forma de evitar incômodos físicos. A praticidade e o conforto que os automóveis promovem na vida das pessoas são inegáveis. Evita-se o transtorno dos transportes coletivos, em especial nas grandes cidades, mas em contrapartida, passa-se muito tempo dentro do carro devido ao trânsito, fato que pode acarretar lesões se o motorista não se posicionar adequadamente. Dirigir bem é uma tarefa difícil. O grande número de veículos trafegando numa quantidade reduzida de vias causa grandes congestionamentos. Sem falar da péssima condição do asfalto que complica a vida de qualquer motorista. É fundamental, no entanto, que o condutor saiba conduzir o seu carro da maneira correta, para que as dificuldades nas pistas sejam dribladas, sem causar problemas no funcionamento do motor. Pesquisa feita na USP, revela que Lombalgia atinge 59% dos caminhoneiros de São Paulo Uma das principais causas de afastamento temporário e permanente do trabalho no Brasil, a lombalgia (dor na região lombar) atinge mais da metade dos motoristas de caminhão do Estado de São Paulo, principalmente os que exercem a atividade várias horas por dia. Uma pesquisa da fisioterapeuta Silvia Ferreira Andrusaitis mostrou que 59% dos caminhoneiros sofrem de lombalgia e, para cada hora de trabalho, o risco de o motorista ter dor lombar aumenta 7%. Segundo Silvia Andrusaitis, a lombalgia ocupacional é um mal que acomete principalmente indivíduos que trabalham na condução de veículos motorizados, com destaque para os caminhoneiros que passam longas horas do dia ao volante. A fisioterapeuta pesquisou o tema para sua dissertação de mestrado, defendida junto ao Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), sob orientação do ortopedista Reginaldo Perilo Oliveira. Em seu estudo foram avaliados 489 caminhoneiros do sexo masculino, dos quais 410 foram selecionados para a pesquisa, com uma média de 9,90 horas de trabalho diário. Todos tinham mais de um ano de experiência profissional e a condição era de que não tivessem apresentado dor na região lombar antes do exercício da atividade. O objetivo foi investigar a prevalência de lombalgia entre caminhoneiros, bem como os fatores de riscos relacionados à ocorrência de dor lombar. A pesquisa focalizou caminhoneiros que trabalhavam nas rodovias paulistas Castello Branco, Raposo Tavares e Senador José Ermírio de Moraes, entre os meses de março e novembro de 2003. O grupo respondeu a um questionário onde foram abordados fatores como idade, prática de atividade física e esportiva, hábitos gerais de saúde e questões relativas ao exercício profissional. Calculou-se também o índice de massa corpórea, por meio da relação entre o peso corporal e o quadrado da estatura. Horas de TrabalhoO resultado indicou que a prevalência de lombalgia nos caminhoneiros é de 59% e, dentre as variáveis estudadas, apenas o número de horas de trabalho mostrou-se estatisticamente significante. "O principal resultado é a correlação do número de horas de trabalho com a ocorrência da dor lombar", destaca Silvia Andrusaitis. Mas outros fatores também contribuem para uma postura errada, adverte a fisioterapeuta. "Permanecer sentado por tempo prolongado, expor-se à vibração, inclinações e rotações excessivas do tronco, carregar objetos pesados e manter a concentração que a atividade exige, sem intervalos adequados de relaxamento." Apesar de o fator sedentarismo não ter apresentado correlação com a dor lombar, 77% dos caminhoneiros estudados não praticavam qualquer atividade física. Foi detectada a ocorrência de irradiação da dor para membros inferiores em 33,9% dos motoristas que apresentaram lombalgia. "Esta média é maior do que a encontrada na população em geral, o que pode ser indicativo de comprometimento do disco intervertebral", afirma a autora do estudo. Com relação às ausências no trabalho, 17,4% dos motoristas de caminhão já se ausentaram pelo menos uma vez em decorrência da lombalgia. O período de afastamento variou de um a 240 dias. Clique aqui, encontre uma Escola de Postura próxima de você e marque já uma avaliação postural. |
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Fonte: Prof. Francisco Miguel Pinto, Pinto. FM - Revista Escola de Postura, n.001. 2019
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